terça-feira, 14 de maio de 2013

POEMAS / AUTO-DESCRIÇÃO - Alunos do EJA

Poemas escritos pelos alunos da professora Ana Luiza da S. P. Mizoguti – Língua Portuguesa - Turma 2001 EJA


Um reflexo 
Sou diferente.
Não simplesmente diferente dos outros.
Diferente até mesmo de mim.
Me olho no espelho e não me vejo.
Sou mais forte, mais frágil,
mais bonito, mais estranho,
mais metódico, mais desleixado,
mais inteligente e mais bobão 
para um mero espelho dizer-me quem sou.
Olho uma pessoa e não a vejo como um espelho a vê,
e sim como uma folha em branco.
Quando a conheço, sim,
consigo refletir nela o que sou realmente.

(Alexandre R. Quadros-2001-EJA)



"Se queres um escudo impenetrável, permanece dentro de ti mesmo."
Henry David Thoreau 

Sou assim.
Quando triste, sou calado
Quando bravo, sou esnobe
Quando feliz, sou risonho
Quando carente, sou doce
Quando esperto, sou burro
Quando burro, sou esperto
Quando feio, sou bonito
Quando bonito, sou feio
Quando amo, sou impossível
Quando odeio, não tem jeito.
(Lucas S. Almeida - Turma 2002-EJA)

Sou em você
Sou o autor da sua
vida, às vezes esquecida;
Sou triste sem lhe ter;
Sou o que ninguém pode ver;
Sou a água que lava,
o caminho de sua estrada;
Sou a maior estrela do céu, sou tão doce quanto o mel;
Sou escudo para teu
medo, simbolizo teu sossego;
Minha imagem é a arte de suas mãos;
Sou o pulso de seu coração;
Sou o sorriso de cada dia e o silêncio da partida;
Sou o brilho do olhar;
sou o que te faz amar;
Sou o templo do seu ser, onde você sofre sem querer; Sou a história e a memória de quem busca a mim.
Moro na bondade e na sabedoria de quem sabe ser feliz.
(Bruna Dadam – 2001 - EJA)


Alice no país das maravilhas !

Mesmo quando era pequena, conseguia ser grande,
Mesmo quando não entendia nada, sabia algo.
Mesmo quando achava que entendia sobre o amor,
muitas vezes me surpreendia.
Mesmo quando tinha certeza quem eram meus amigos verdadeiros,
quebrava a cara.
Mesmo quando acreditava que o príncipe encantado
iria chegar em um cavalo branco,
o sapo ousava em vir pro meu lado.
Mesmo quando me decepcionava
e pensava que nunca mais seria feliz,
outra vez a esperança voltava a me contagiar.
Mesmo quando sentia frio, ao mesmo tempo sentia calor.
Mesmo quando estou chateada,
ainda sim consigo deixar um sorriso escapar.
Mesmo quando nada mais me faz sentido,
ainda sim acho algo pra seguir em frente.
Mesmo quando está escuro,
ainda consigo enxergar uma luz lá no fundo.
Mesmo quando todos quiserem que eu desista,
continuarei tentando!
(Thaiana Pereira – 2001 – EJA)